O ano de 2024 tem sido marcado por mudanças no mercado de trabalho do Maranhão, conforme aponta a Análise Conjuntural Trimestral da Indústria, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA). Ao fechar o mês de agosto, o Maranhão registrou a abertura de 2.516 novos postos de trabalho formal, contribuindo para a geração de 16.429 novas vagas ao longo dos oito primeiros meses de 2024, correspondendo a 6,4% do volume gerado na região nordestina no mesmo período.
Nesse intervalo, a indústria maranhense foi responsável pela criação de 6.678 vagas de trabalho formal, o equivalente a 10,4% do que foi registrado na indústria da região. Esse percentual supera a participação maranhense no incremento do emprego em todos os setores na Região Nordeste, que foi de 6,4%.
Ressalte-se que, comparativamente com o Nordeste, a indústria maranhense mostrou um desempenho muito favorável: somente em janeiro, desativou postos de trabalho, diferentemente do Nordeste, onde houve fechamento de postos nos meses de janeiro a abril/2024.
No segmento da construção, de janeiro a agosto/2024, o desempenho maranhense ficou abaixo do nordestino. A construção no Maranhão tem oscilado contratações líquidas positivas e negativas ao longo do período, enquanto no Nordeste as variações, todas positivas, foram alternadas em termos de volume. Por exemplo, no último de mês de agosto, enquanto a construção maranhense “fechava” 133 postos de trabalho, o Nordeste criava 4.098 novas vagas. Assim, ao longo do período de janeiro a agosto, a participação maranhense nos novos empregos da construção ficou em 11,3% da região.
Diferença salarial entre trabalhadores
Apesar dos avanços, o Maranhão ainda enfrenta desafios em termos de remuneração. A diferença salarial entre trabalhadores com e sem carteira assinada é marcante, com os sem carteira recebendo apenas 51% do que ganham os com carteira assinada. Dados do Observatório Nacional da Indústria mostram que o salário médio real da população ocupada no Maranhão, em 2024, é de R$ 1.848,00, o mais baixo entre os estados nordestinos, o que equivalente a 56,5% do valor pago na média do Brasil. O valor mais alto é pago pelo estado do Rio Grande do Norte (R$ 2.567,00).
988 empregos formais no mês de agosto
Os dados também revelam uma concentração na geração de empregos em poucos municípios. São Luís, por exemplo, liderou a criação de novas vagas com 988 empregos formais no mês de agosto, seguido por Imperatriz, Balsas, Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Timon e Paço do Lumiar. Em apenas 19 municípios foram criados cerca de 90% dos novos postos abertos em todo o estado, o que denota a desigualdade de oportunidades para os trabalhadores. Por outro lado, Santo Antônio dos Lopes, Presidente Dutra, Barra do Corda, Trizidela do Vale e Alto Alegre do Maranhão foram grandes perdedores do emprego.
“Em suma, o Maranhão tem mostrado progresso no combate à desocupação e na criação de empregos formais, mas ainda enfrenta desafios significativos em termos de distribuição de renda e oportunidades de trabalho. As disparidades salariais e a concentração de empregos em poucos municípios são questões que precisam ser abordadas para garantir um desenvolvimento mais equitativo e sustentável no estado”, avaliou o economista José Henrique Polary, coordenador de Ações Estratégicas da FIEMA.
Para saber mais sobre a Análise Conjuntural Trimestral da Indústria e outros estudos, relatórios, pesquisas, levantamentos e sondagens econômicas, acesse o site da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, menu Publicações.
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